terça-feira, 23 de setembro de 2008

Adam Smith versus John Keynes ( ... e Karl Marx assistindo de camarote ! ! !)

Nas últimas semanas temos visto no noticiário uma “aula” de Economia.
Depois de deixar o mercado de crédito imobiliário solto e sem regulamentação, bem aos moldes de Adam Smith, vimos, nos últimos meses os Estados Unidos mergulhar numa grave crise, gerada pela insolvência das hipotecas imobiliárias. Agora os Estados Unidos voltam à cena com uma brutal intervenção no mercado ao prestar um socorro de “US$ 85 bilhões ao American International Group (AIG)”, bem aos moldes de John Keynes.
Separei alguns “recortes” dessa “aula” de economia. E começo com o artigo; “No Exterior Socorro é visto como um desvio do Capitalismo” Num artigo muito interessante de Nelson D. Schwartz – datado de 18/9/2008. http://ecoufes.blogspot.com/2008/09/no-exterior-o-socorro-visto-como-um.html

“Os Estados Unidos deixaram de ser o farol mundial do capitalismo de livre mercado, irrestrito?Ao oferecer um empréstimo de último minuto de US$ 85 bilhões ao American International Group (AIG), a seguradora em dificuldades, Washington não apenas deu as costas a décadas de retórica sobre as virtudes do livre mercado e os riscos de intervenção do governo, mas também provavelmente minou futuros esforços americanos para promover essas políticas no exterior”

“Em partes da Ásia, os socorros trouxeram lembranças amargas da abordagem diferente adotada pelos Estados Unidos e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) durante a crise econômica ocorrida lá, há uma década.Quando o FMI ofereceu US$ 20 bilhões para ajudar a Coréia do Sul a sobreviver à crise financeira asiática no final dos anos 90, uma das condições impostas foi a de que o governo sul-coreano deixasse os bancos e empresas em dificuldades falirem em vez de socorrê-los,”

O trecho seguinte, retirado do artigo “ Karl Marx manda lembranças, de César Benjamin, datado de 21/9/2008, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2009200824.htm mostra bem a recorrente trajetória do capitalismo selvagem:
“O que estamos vendo não é erro nem acidente. Ao vencer os adversários, o sistema pôde buscar a sua forma mais pura, mais plena e mais essencial, com ampla predominância da acumulação [...]. Abandonou as mediações de que necessitava no período anterior, quando contestações, internas e externas, o amarravam. Libertou-se. Floresceu. Os resultados estão aí. Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação predatória dos capitalistas. Karl Marx manda lembranças.”

E para finalizar a “aula” de economia, que estamos vendo nos jornais, segue o trecho do artigo “O comunismo sempre salva o capitalismo”de Guilherme Barros, datado de 21/9/2008, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2109200801.htm
“A história mostra que, volta e meia, o capitalismo passa por terremotos como o que ocorre agora. E, na maioria das vezes, o Estado é obrigado a encontrar saídas para salvar a economia de mercado.Exemplo clássico é o Crash de 29, considerado até agora a maior crise do capitalismo. Delfim lembra, por exemplo, que o presidente Franklin Delano Roosevelt, que governou os EUA de 1933 a 1937, chegou a ser chamado de comunista.Roosevelt foi quem criou o chamado "New Deal",”

“"Muitos vão dizer que se trata de uma ação contra o capitalismo. Toda vez que o Estado salva o mercado, ele é chamado de comunista", diz Delfim Neto. "Há livros e livros que provam que o capitalismo só se salva com ações comunistas."”